Fundamental para a construção civil, cal não tem substitutos

Produto obtido a partir do calcário, a cal é largamente utilizada na construção civil e não tem substitutos naturais ou químicos

Conhecida como um dos materiais mais antigos utilizados pela humanidade, a cal é largamente utilizada na construção civil, mas também é muito usada na agricultura, na indústria farmacêutica, metalúrgica, cerâmica, clarificação de óleos,  manufatura de papel e até na alimentação.

Quimicamente, a cal é um pó branco constituído principalmente de óxido ou hidróxido de cálcio, obtido a partir da extração do calcário, uma rocha sedimentar rica em minerais. Da extração do calcário, são produzidas a cal virgem (que é o calcário calcinado e moído), a cal hidratada e a cal hidráulica (que é o produto mais moderno, obtido da adição de cinzas minerais à cal hidratada). Além destas, produz-se também a argamassa pronta (com areia selecionada e peneirada, mais cal e cimento).

Todos esses são produtos utilizados em alvenarias estruturais, reboco, aplicação de pisos, entre outros. O material é aplicado para unir e revestir alvenarias devido à plasticidade e durabilidade que acrescenta às argamassas, um composto obtido da mistura de cal, cimento e areia e um dos produtos mais usados em obras de alvenaria.

No Brasil, a maioria da cal é produzida por calcinação de calcários/dolomitos metamórficos. Há, ainda, cales provenientes de calcários sedimentares e de concheiros naturais.

Grandes pirâmides de calcário

Os primeiros vestígios de produção industrial de cal viva surgem no Egito, cerca de 3000 anos a.C.  Seu uso como aglomerante em edificações pode ser percebido nas famosas pirâmides, construídas com grandes blocos de calcário, ligados entre si por um cimento constituído por uma mistura de cal e gesso. Tecnologia semelhante foi utilizada pelos Maias e pelos Incas na execução das suas obras monumentais.

Foram os Romanos, que desenvolveram as primeiras grandes aplicações da Cal em geotecnia, nomeadamente com o objetivo de procederem à secagem dos terrenos. Também aplicavam cal como ligante de fixação das lages às plataformas por onde passavam algumas das suas monumentais estradas, como foi o caso da construção da Via Apia (uma das principais estradas da antiga Roma).

Sem substitutos naturais ou químicos

Uma curiosidade é que, ainda que a tecnologia e a indústria tenham avançado muito nos últimos anos, não existe nenhum componente, seja natural ou químico, que possa substituir a cal à altura. Por mais que tenham sido desenvolvidos produtos químicos "substitutos da cal", prometendo economia de materiais e bom acabamento, ela permanece fundamental para o mercado.

O que existe é uma ideia errônea de que se tornou possível produzir um substituto químico para a cal em laboratório. Esses produtos industrializados que prometem substituir a cal podem ser aplicados em alguns casos, como em argamassas de assentamento e reboco convencional, mas não, por ex., em alvenaria estrutural.

A verdade é que, apesar de todo o impacto ambiental decorrente da extração de jazidas de calcário, não há nenhuma comprovação de que qualquer produto possa substituí-la com a resistência e a qualidade nem sequer aproximadas. Pelo menos, até hoje.

[Fontes: GaúchaZH, Fiepr.org.br, Wikipédia]